Meditações
Ando pelas quietudes das poesias deixadas no tempo. É que a vida é breve inspiração com longos versos espalhando saudades pelas estradas percorridas. Gosto dos sons do silêncio com suas longas conversas de uma cumplicidade sem igual. É quando a mente é barulho pelas emoções sentidas. O amor é sem explicações, tanto quanto as decepções e o ódio, devido aos seus imediatismos e incertezas e toda capacidade de nos transtornar.
Solidões se dão pelo povoamento de ausências. Na friagem das insônias, aprecio as madrugadas desnudas nas paredes e no limiar da janela de meu quarto. As cantorias das esperanças se misturam sempre com as dormências das improbabilidades. Mas é fato que os sonhos nascem do parto prematuro das sensações e da cobiça.
Hoje estou em passeio pelos arredores do vilarejo das ilusões, por isso as quietudes das poesias recitam meditações; E na cerca que define o terreno dessas quimeras, do lado de fora se dependuram também as concretudes da realidade.
As contradições são sempre paralelas que se cruzam adiante pelas descobertas e aprimoramento de cada ser em relação à visão sobre as coisas. É que se aprende sempre. O tempo fica sentado nas margens da vida, sempre espiando as coisas passarem por ele.