ALUSÕES
Imergi no pleroma do planeta azul: oceanos vastos; terras submersas; não submersas; e atmosfera envolvente que acata fótons que alimentam a vida.
Nas entranhas das montanhas, nos galbos dosséis, o tempo geológico junge a sensação de eternidade e lentissimamente a vida vai se auto-regulando e emergindo do abiótico vivo, sem Designer.
A pressa ou o 'timing' de nossa modernice é incompatível com o da biosfera, moco de boa quididade, pois o extemporâneo — cifrão — não deve e nem pode ser o único objetivo de um ente senciente.
Num mergulho nas abissais fossas oceânicas, a paciência úmida de breu perene, indiferente, sucede. Um grão de segundo nos bilênios misteriosos geridos por Netuno, nos submundos de Hades, fazem do existir um coexistir atemporal no eterno agora. Sou o meu tempo, não o seu! O tiquetaquear do relógio apunhala o sabor da vida, e o êxtase de Zagreu.
Fiz-me pássaro... adejei solene por vales, por florestas, por geleiras, e do alto de meus sonhos contemplava harmonia, sutilezas e belezas pulcras.
Fiz-me noite... e fui a lua veemente de luz a desnudar viscerais sombras e roteiros de prazer.
Tentei ser a humanidade, mas fui abatido, pois, pairava cioso de saberes e bem-aventurança.
Emergi no pleroma antrópico: inefável expressar dignidades, que não tem flor, mas tristeza; não vida, mas temor..., pois, a criatura está devorando o criador!