Preta como Amoras
No lábio traz a cor
em uma pintura preta,
preta gostosa, tão gostosa!
quanto amoras pretas,
ah! Primavera,
em um ar que arrepia e aflora
e sua nudez desabrocha;
com o piscar do meu olhar
entre um riso o outro, teu rosto,
fica a corar.
psiu!… te devoro
feita aquela do Djavan
vou me perdendo no teu corpo furacão
descendente de Iansã.
Teu olhar doa-me sentimentos,
é mais que se amarrar,
é mais que se encarar,
é sobre sentir
aprender a se abraçar.
Nas linhas do teu corpo
posso com a boca escrever,
o quanto por teu olhar sou apaixonado,
e em silêncio teu respirar fundo
torna-se um soneto.