Transitoriedade do espírito

Amanheceu –

Mais um dia.

A névoa densa ao lado de fora,

Abrindo a janela –

É capaz de invadir a casa.

Mal podemos enxergar,

Assim, é o coração.

Às vezes, amarrotado –

Fica cego sem razão.

No momento,

Estou em paz.

Da mesma forma,

Que o nevoeiro se dissipará –

Desvaneceu o cansaço.

O reparador sono,

Feito o sonho –

Reacendeu o desejo por escrever,

A motivação de uma vida inteira.

Aprendi com o tempo,

A não culpar ninguém.

As circunstâncias provém das ações,

Do magnetismo do livre arbítrio –

Acreditando nele ou não.

A transmutação do momento,

O total desprendimento –

Condiz com o discernimento.

Ao sentir o reverberar em nosso cerne,

Vamos seguindo – As surpresas diárias.

Com sobressaltos,

Ultrapassando os obstáculos.

Por ora, errando o cálculo,

Sobrevivendo com algumas escoriações –

E também cicatrizes.

Episódios a este modo,

Fazem parte do repertório.

Por mais que desejamos o contrário,

As nossas vontades –

Nem sempre são atendidas.

A vida aqui na Terra é uma passagem,

Composta de ciclos.

E, na data, em que somos chamados,

Uma nova jornada se reinicia –

Em outra dimensão.

O ritmo depende do compasso,

A qual experenciamos por aqui –

Na transitoriedade do espírito.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 17/06/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7539562
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