Transitoriedade do espírito
Amanheceu –
Mais um dia.
A névoa densa ao lado de fora,
Abrindo a janela –
É capaz de invadir a casa.
Mal podemos enxergar,
Assim, é o coração.
Às vezes, amarrotado –
Fica cego sem razão.
No momento,
Estou em paz.
Da mesma forma,
Que o nevoeiro se dissipará –
Desvaneceu o cansaço.
O reparador sono,
Feito o sonho –
Reacendeu o desejo por escrever,
A motivação de uma vida inteira.
Aprendi com o tempo,
A não culpar ninguém.
As circunstâncias provém das ações,
Do magnetismo do livre arbítrio –
Acreditando nele ou não.
A transmutação do momento,
O total desprendimento –
Condiz com o discernimento.
Ao sentir o reverberar em nosso cerne,
Vamos seguindo – As surpresas diárias.
Com sobressaltos,
Ultrapassando os obstáculos.
Por ora, errando o cálculo,
Sobrevivendo com algumas escoriações –
E também cicatrizes.
Episódios a este modo,
Fazem parte do repertório.
Por mais que desejamos o contrário,
As nossas vontades –
Nem sempre são atendidas.
A vida aqui na Terra é uma passagem,
Composta de ciclos.
E, na data, em que somos chamados,
Uma nova jornada se reinicia –
Em outra dimensão.
O ritmo depende do compasso,
A qual experenciamos por aqui –
Na transitoriedade do espírito.
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