A Vila
Estou morando na vila
com meus sonhos de borboleta sobrevivente,
com espantalhos e plantações,
com pássaros arrulhando dentre vegetações
Ando em noites e dias em silêncio
Trespacei os véus do esquecimento
e estou além da imaginação.
Não há entrada ou saída.
Estou comendo o que planto,
bebendo água nascente das rochas
envelhecidas.
Estou morando na vila,
na casa da árvore,
à esquerda do lago sul,
d'onde me atraem os corpos de luz
Renasci... é que cresci,
e estou morando na vila;
sem nada,
sem causas ou coisas,
n'um céu azul expansivo
e mares desertos às tempestades.
Enfim, morando em mim
Nunca recebo visitas.
Há prenúncio de paz pós ruínas,
há tempos ninguém vem;
não ouse chegar, não há saídas;
Agora existo na Vila.
Corina Sátiro - 10/08/2021