Lágrimas de orvalho
Saudade das manhãs de inverno,
Naqueles cantinhos de roça,
Capim todo branco,
E o sol enviando seus primeiros raios.
Pés descalços pisando o chão molhado,
Atravessando pastagens orvalhadas,
Cada movimento dos pés
Um banho de lágrimas.
Um grito de frio!
Uma risada mais gostosa,
Percorrendo cada mar de geada,
A neblina evaporando ao sol.
Quantas lembranças!
Apenas aqueles bois aguardando o sol aquecer sua comida.
Forno de microrraios!
Parece que esse mundo evaporou
Ao sabor dos interesses mais destruidores,
Da ganância que despiu a terra
E hoje chora não mais lágrimas de orvalho,
Mas hemorragia de sangue
Dos rios envenenados pelo mercúrio
Da mineração deslavada e assassina.