Lágrimas de orvalho

Saudade das manhãs de inverno,

Naqueles cantinhos de roça,

Capim todo branco,

E o sol enviando seus primeiros raios.

Pés descalços pisando o chão molhado,

Atravessando pastagens orvalhadas,

Cada movimento dos pés

Um banho de lágrimas.

Um grito de frio!

Uma risada mais gostosa,

Percorrendo cada mar de geada,

A neblina evaporando ao sol.

Quantas lembranças!

Apenas aqueles bois aguardando o sol aquecer sua comida.

Forno de microrraios!

Parece que esse mundo evaporou

Ao sabor dos interesses mais destruidores,

Da ganância que despiu a terra

E hoje chora não mais lágrimas de orvalho,

Mas hemorragia de sangue

Dos rios envenenados pelo mercúrio

Da mineração deslavada e assassina.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 14/06/2022
Código do texto: T7537574
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