NO SÍTIO

Depois de um chuveiro quente mordi mais uma maçã, postei outras tantas “pérolas” e me desconectei.

Mas antes de enfim dormir, fui curtir o pomar e a pouca pressa dos pássaros beira rio.

Foi quando a vaca perdida atraiu minhas sensações.

Tinha uma cor avermelhada, como eu nunca havia visto. E uma inversão de minha crença de infância de que vaca ataca crianças vestidas em tom vermelho despertou-me uma ira instintiva, que levou-me a persegui-la um bom tempo rio acima.

Quanto mais eu me aproximava de sua vermelhidão, mais sentia-me tomar por um espírito de guri destemido, a caça de in/re/verter a crença que assustava meus amiguinhos distantes.

Pois, quando eu quase a alcançava, eis que ela pula na água fria, molhando-me até a alma – e eu acordo ainda na rede.