Equação infalível.
O poema era dotado de geometria perfeita. Seu cimento agarrava em almas, papéis e corpos.
E, cada palavra como um "lego", encaixava-se de tão forma permanente que passávamos acreditar que sempre existiu o todo e, não antes, as partes.
Depois, o poema se desfaz. Em pausas, vírgulas e silêncios. E, deita no infinito com ar metafísico.
E, adentra no oxigênio e vai habitar nossos pulmões. E, continua a viver sorrateiro em nós.
Tripudiamos da rima. Esculachamos o lirismo. E, nos apiedamos dos românticos...
E, como um rio, nos transformamos em foz...
Que insistem ver afeto em tudo... no feto, no ser e na pedra.
O poema era uma equação infalível. Deduzia em ritmo os sentimentos pulsantes.
Suavizava a dor de existir, como se fosse ter saudade de partir...
Caminho traçado. Caminho percorrido. E, uma leve lembrança de ter vivido.