Para Mittchell com carinho
Oi Mittchell, o dia é aquele que muito viste, céu cinza, frio no Rio Grande. Há pouco, junto ao fogo, lembrei de ti, o "guri" cinquentão, meio fechado, louco por Beatles e apaixonado por grandes matérias. Brilhante guerrilheiro da paz e das palavras, tenho saudade. Mittchell, pena não que estejas mais aqui, a imprensa ia pegar fogo, mesmo que tentassem te calar. Me lembro teus dias e noites corridas, rindo das minhas palhaçadas, ouvindo tudo ao mesmo tempo, rádio, TV, telefones e Beatles. Os resultados, grandes pérolas, num jornalismo sério, investigativo e culto. Tenho saudade e mesmo no teu ateísmo, não sei onde nem como, mas ainda vamos nos encontrar, que seja nas querências de um céu azul igual ao do Grêmio, nos entupindo de Coca gelada e virtual, acho que funciona. Escuto "Blackbird", a do pássaro que alça voo, esta vai para ti, sei que não era a tua favorita, mas tem um pouco de ti. Aqui deixo o meu beijo, a nossa saudade, grande escrivinhador de densas palavras. Ah! se sobrevoares a minha casa, deixa para mim uma peninha. Maria