Transe coletivo
Idolatramos os falsos deuses,
Em busca da purificação.
Basta vir com uma proposta de redenção,
Promessas vazias –
A abundância –
A vida abastada –
Eterna mortificação -
Figuras distorcidas.
No auge do transe coletivo,
Cadê o nosso livre arbítrio?
Caiu em fora de contexto,
Tamanho desespero.
Seres vazios,
Repletos de autossuficiência.
Lavagem cerebral,
Haja paciência.
Aos pobres oferecendo as migalhas,
Faltam-lhes os uniformes,
Para contextualizar –
Os irmãos metralhas.
Discrepância da polarização,
De que lado você está?
Pessoas comuns –
Ultraje do cristianismo.
Colocando-se em um lugar,
Que não é seu, nem por direito.
Agindo em causa própria,
Abastecendo os cofres –
Favorecendo os parelhas.
Quem discorda,
Provoca a ira.
Injusta profanação,
Indivíduos regidos pela ganância.
O ódio em alta dose de ambição,
Julgados como poderosos –
Com seus defeitos asquerosos.
Sem um cargo de favorecimento,
Não passa mais como um indivíduo comum.
Usando de autarquia,
Altas patentes.
O favelado criminalizado,
A pobreza que aguente.
No corpo a frieza e a dureza,
Muito mal tendo o que comer.
Encurralados em um morro qualquer,
O efeito da gentrificação –
Movendo a chave da ignição,
Para a falta de solidariedade e compaixão.
Pessoas ignóbeis,
Que não passa de mais um.
Qual a sua credencial? Nenhuma!
No comprovante de residência,
Quando se tem, o motivo da intolerância.
Vivemos sob um céu,
Que tem tudo em abundância –
Para ser o primeiro mundo.
Desde sempre roubados,
Em nossa ínfima mentalidade.
Contentando-nos com o terceiro mundo,
De modo vigente –
Com ou sem resiliência.
Sobrevivemos ao caos,
Enquanto, sozinhos –
O barco navega a nau.
***
Blog Poesia Translúcida