Alcoólicos Carinhos

O córrego passa, fazendo amor com as pedras em seu leito... eu sinto no peito uma inveja danada dessas pedras. Fico me imaginando sendo a lua... sendo toda sua. Olho sua foto e ponho-me nua, esperando o sol (você) voltar para me amar, mas quando ele chega, desilusão, tenho que me retirar com as estrelas que me seguem, a me consolar.

Quando só, na rua, ando apressada pela calçada (nem sei o porquê), voltando pra casa, pro vazio, pro nada, pois você ali não está. Solidão enfeita as paredes, a mesa, o chão... saudade escorre no quarto, pela cama... acho que você já não me ama. A minha sede não se mata com um copo d’água. Sem fome, preparo um jantar frugal, nada especial, pois você ali não está.

Não guardo mágoa, tampouco rancor, mas me dói não ter mais o seu amor... não ter seus beijos, não ter seu corpo suprindo os meus desejos, não ter você me aquecendo com o seu calor, me envolvendo naqueles abraços apertados que me deliciavam, mas que se soltaram e se foram de mim.

Vou tomar um vinho... quem sabe ele me esquenta, enfim, e com seus alcoólicos carinhos, reverte o seu adeus e, em meu torpor, faz-me sentir você voltando, de mansinho, invadindo os sonhos meus e colorindo, de novo, o meu, agora, opaco mundinho...

Ouvindo Take That - Back For Good (Tradução)

https://youtu.be/nTG4CXQdf60