Linha atemporal

Vasculhando por algo,

Nada me apraz.

Também não me distrai,

A não ser essa inquietude,

A alma feito tempestade –

Bagunçando o interior.

Sei que isso tem nome,

Ansiedade o sobrenome.

Uma angústia,

Vontade por escrever.

Mas o que sai?

São apenas as expectativas,

Sem alguma perspectiva.

A chuva cai lá fora,

Com ela o desejo do sol.

A esperança pelo arco-íris,

Quem sabe encontrar o pote de ouro,

E fazer brilhar a íris?

Por que tem que ser assim,

Tão desigual ao que sonhamos?

Uma tormenta –

Tomando proporções lineares.

Observando cada ponto do universo,

Na sublimação –

Entorpecendo os sentidos.

Em meio a dor,

Que não tem norte –

Nem direção.

Aqui em pleno estado de putrefação.

Sob o mofo da existência,

Sem causa e efeito.

Apenas pela incumbência,

De não sei quem.

Neste casulo quase inviolável,

Restando as sensações indesejáveis.

Quando aparecerá a chave de rotação?

Para dá uma guinada,

O delírio ingênuo do equilíbrio –

Fomentando o brio.

Estado sólido da gratidão,

Mas do que inquestionável –

A solidez do anseio possível.

Não que eu queira tudo,

Somente o essencial.

Para que o âmago possa coexistir,

Com o seu meio –

Resplandecente natureza,

Verdadeiro galanteio.

Aqui são apenas o resquício,

De uma memória –

Imaginação fértil.

Deixando-me febril,

Na iminência da realização.

No encaixe dos fatos,

Linha atemporal.

A vida tomando forma,

Na fermentação das ideias -

Miscelânea de sentimentos.

Não sou a prova de nada,

Apenas ser um ninguém.

Na insignificância por existir,

Até o momento da transmutação.

Onde tudo será apenas alquimia,

Restando apenas as palavras impressas,

Em meus velhos papéis.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 04/06/2022
Código do texto: T7530577
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