Desdenhados pelo sistema

De um jeito ou de outro,

Vivemos à mercê da raiva e da dor –

Impostas em nossas almas.

Em uma realidade,

Nada condiz com o que sonhamos.

Os sonhos –

São apenas desejos –

Que não se realizam.

Sobrevivemos com os restos,

Na busca inalcansável –

Por algo que nunca existirá.

As vontades descritas na mídia,

Como algo possível –

Fazem parte de um jogo sórdido.

Por que como os outros,

Não somos merecedores –

De receber tais graças?

E de uma maneira soberba,

Somos excluídos –

De uma sociedade:

Cruel e mesquinha,

Porque simplesmente,

Não nos moldamos de acordo –

Com certos trejeitos,

Também em conceitos.

A verdadeira face,

Pode ser tão desfavorável –

Quanto a de algum algoz.

Por isso,

Em pleno século XXI -

Moldados pelo falso moralismo,

Deturpado com o capitalismo –

Mergulhados no egocentrismo.

Seres marcados pela insignificância,

Expostos e ridicularizados,

Em rodas de panelinhas.

Fomentados pela ganância exacerbada,

Do poder monetário –

Onde não visam os reais valores.

Seres decrépitos,

Desdenhados pelo sistema.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 03/06/2022
Código do texto: T7529808
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