bandido
Meus cabelos embranquecem o improvável. Meu rosto está raptado em outro tempo. Essa degradação involuntária é incontrolável. E meu olho analisa a estranha vaidade perecível. De canto. Decano. Nasci medroso para crescer um chato. Tornei-me um tédio, uma repetição sisofica. Admito que não vinguei meu povo. Não sou um guerreiro, pelo contrário, sou um covarde que tem medo da própria existência. Inventei o discurso da derrota, do fracasso, para assegurar-me da póstuma decepção. Alimentei a autoridade da autodepreciação e autoinsuficiencia. Autocrítica é um devaneio. Devagar: mãos pra o alto. Fui assaltado e conhecia o bandido. Era eu.