Vozes cessadas

O horror na mente,

Não é simples alucinação.

Duros percalços,

Palavras de ordens –

No medido tom,

Ligando o dispositivo –

Da manipulação.

Entorpecendo corpos,

Esfriando os sentimentos.

Ações desumanas,

Com total desprendimento.

Tornando-nos vulneráveis,

Por dentro –

Morrendo pouco a pouco,

Sem ao menos sentir,

Deteriorando.

Aniquilando pensamentos,

Derrotando o raciocínio.

A lei pautada na involução,

Vil constatação.

De mãos e pés atados,

Testemunhamos –

O cessar dos direitos,

Em uma direita podre.

Atônitos –

Vozes cessadas –

Gás de pimenta,

Ou lacrimogêneo:

Sobre os rostos da oposição,

Mais uma vida interrompida.

O sistema capitalista,

No comando de tudo.

Mentes opressoras,

Na covardia –

Calando os cidadãos.

Abastado sistema monetário,

Compra-se à todos –

Ou quase tudo.

Não acaba com a fome de milhões,

Até quando suportaremos:

Cruéis situações?

Um governo recheado,

Com tristes desmandos.

O povo –

À míngua ou ao Deus dará,

Em desarmoniosa humilhação.

De um lado ou de outro –

Açoitados.

Políticos corruptos –

A corrupção –

Quem não compactua,

À sangue frio:

Demonstra o poder do algoz,

Dando um jeito para existir.

O dinheiro –

Corrompendo os bons,

Muitos absurdos –

Total divulgação.

Furtos e mais furtos,

Os produtos roubados,

Na maior cara de pau -

O principal, a paz.

Ao prêmio óleo de peroba,

Fica difícil,

Pela concorrência –

À mercê de crimes brutais.

Plena iminência do descaso,

Ultrapassando o absurdo.

Não levando apenas os pertences,

Mas a honra e a vida.

A ganância e o poder desnecessário,

Inocentes em riscos –

Um banho de sangue...

Mais outro.

Até quando suportaremos –

Tais desmantelos?

De uma sociedade,

Em meio a carnificina.

Jogo sujo –

Mar de lama –

Em plena mídia.

A lavação de roupa suja,

Sempre acaba do mesmo jeito:

Os cofres da grande minoria,

Repletos de grandes quantias.

Enquanto, morremos –

Sem direito a nada.

Muito menos –

À dignidade.

Tachados como bandidos –

O nome manchado.

O corpo – A carne marcada –

A memória destroçada.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 31/05/2022
Código do texto: T7527586
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