O rio em mim
Na minha memória
Ainda mora aquele riozinho da infância
Que passava cantando nos fundos de casa
Correndo feliz, contornando pedras e árvores
Com pressa de chegar logo ao seu destino
De se encontrar com outros rios
De passear pelas várzeas verdes
Contemplando o canto dos passarinhos
Os pequenos animais que moravam por ali
Desfrutando das belezas das paisagens
Das corredeiras e afluentes de águas límpidas
Das crianças que banhavam suas águas
Deliciando-se do sabor doce dos frutos
Do cheiro do mato e do aroma das flores
Ao longo do seu caminhar
De matar a sede de animais e plantas
Numa alegria de viver
Hoje, tudo mudou, o progresso chegou
Os animais foram embora
A vegetação toda secou
O riozinho, ainda continua lá
Não sei por quanto tempo
Não consegue mais correr, nem cantar
Debilitado e sem voz
Só se escuta o seu lamentar