Ilusório
Tudo gira em torno da incerteza,
Onde devo buscar a força que não tenho?
Por fora apenas uma casca,
Por dentro não há fingimento.
É tão simples –
Quando olhamos através do espelho,
A realidade cai com a sua máscara.
Não existe nenhuma rota de fuga,
O destino está traçado.
Os deuses escreveram nas tabuletas,
Os humanos as reescreveram –
Impondo-nos as suas frágeis leis:
“Façam o que eu digo,
Mas não façam o que eu faço.”
É tão fácil nos enganar,
Com fios iguais à marionetes –
Tratando-nos como ventrículos,
Entrando em nossa mente.
A consciência tornando menor –
Do que um grão de mostarda.
Se tivermos uma redenção ou não,
É tão difícil prever.
Seres corruptos,
Voltados para o egoísmo.
Qual providência –
Tomaremos ao ver o leite derramado?
É imprevisível e inconsequente –
Os nossos atos.
A dor alheia,
Comovendo-nos por um milésimo de segundo.
Após a mesma sensação vira pó,
Dissipando-se na atmosfera.
Quanto tempo mais –
Teremos para a realização?
Indivíduos moldados –
Para a exclusão.
Interesses fúteis,
Volúveis –
De acordo com a realidade.
Empregando o ódio e o rancor,
Espalhando a sede de vingança –
Também o desamor,
Munidos de um grau exorbitante:
De psicopatia.
Não lembram que amanhã,
Será outro dia.
Visando o lucro –
Do capitalismo a discrepância.
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