Sórdido entretenimento
Armas são disparadas,
Ninguém sabe –
Quem é quem.
Quem está do outro lado,
Na outra ponta.
Vítimas inocentes,
Bandidos do colarinho branco –
Ou não.
Mas alguma coisa começa –
Com ou sem razão.
Século XXI,
Do futuro o progresso,
Só enxergamos o retrocesso –
No retrovisor.
Velhos hábitos –
Antigos interesses –
Guerras em curso –
Os mesmos erros.
A ganância –
O poder –
Por menor que sejam,
Ditando as vis regras.
Inocentes –
Punidos por nada,
Derrotados –
Mesmo na largada,
O seu mal foi existir.
Transgressões aleatórias,
Outros premeditados.
A humanidade,
Não deu em nada.
Interesses torpes,
Alguns autossuficientes –
Em sua soberba contraditória.
Atitudes vexatórias,
Impondo aos semelhantes,
A agonia e o sofrimento –
Para sórdido entretenimento.
Esquecem das consequências,
Do livre arbítrio:
Aqui se faz,
Do lado de lá não se paga.
Essa é a lei máxima,
Sem alguma premissa -
Rodeados pelas injustiças.
Pobres favelados –
Mártires fuzilados.
A sede por vingança,
A ânsia por justiça.
Cortando na própria carne,
No alto da base:
Os mercenários.
Nenhuma promessa,
Para a mudança de cenário.
São sempre os mesmos,
Cartas marcadas e conchavos.
Cometendo crimes,
Armando para se darem bem,
Mexendo os pauzinhos –
Fugindo da prisão.
Enquanto,
O preto favelado,
Em cárcere –
Mesmo inocentado.
Quem é contra?
Quem é a favor?
Estado criminoso,
Total despudor.
Armando guerrilhas –
Sangrentas –
A luta,
Muitos não suportam.
Vítimas do descaso alheio,
Crianças e idosos,
Cidadãos comuns,
Desde cedo –
Do front aprendem as táticas.
Para fugir, nem sempre dá,
Para sobreviver a triste violência.
Testemunhas do jogo macabro,
Na pele –
Recebendo o aço.
À ferro e a fogo –
São marcados.
Quando não apresentam –
As marcas na derme.
Carregam cicatrizes –
Na alma.
No terror psicológico,
Sem alguma lógica.
Para tudo –
Qual é a motivação?
Onde deveria haver a paz,
Para o aprendizado,
Reina o estresse traumático.
Do futuro promissor,
Mas o que se encontra –
Pelo caminho,
Apenas a desarmonia –
Nem sempre flores,
Somente os espinhos.
Sofrendo as consequências,
De um mundo injusto.
Não sabendo –
Se estaremos vivos –
No próximo segundo.
Crimes imperfeitos,
Na calada da noite ou não.
Em frente aos holofotes,
Recheado de manipulação.
A resiliência,
No Estado sem algum direito.
Vertiginosa derrocada,
Munidos de deveres.
O presente incerto,
Tão fugaz quanto ao amanhã.
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Blog Poesia Translúcida