Apartheid invisível
Desfaz-se toda imparcialidade –
Quando existem interesses próprios,
Fugindo na contramão do desespero.
Esmerando-se na arte do ter –
De possuir o desejado prazer.
Revelam as circunstâncias,
A verdadeira face –
No descompasso do entretenimento.
A ganância e o poder,
Dando o seu aval.
Não importa o ensejo,
Fomentando o egoísmo –
O mal.
Sobrevivemos –
Em uma esquisita utopia.
Mundo ilusório,
Repleto de contradições –
Munidos de classes sociais,
A separação.
Um tal de status –
O “apartheid” invisível.
Por maior que seja o crime,
A banalidade –
Como cúmplice,
Do governo que rege a exclusão.
Triste sina da maioria,
Viver neste lugar –
De uma gente sem noção,
Do bom senso e setor crítico.
Onde pessoas de bem,
São marginalizadas –
De acordo com o código,
De endereço postal.
Na periferia,
Sobrevivendo de restos,
Dispostos pela burguesia.
Que se intitulam:
Autossuficiente.
Sem o menor índice de escrúpulo,
Onde neste Estado,
Somente o direito de pagar deveres.
Este é o intuito – A grande missão,
Vivendo às custas da produção dos pobres.
Empanturrando-se do bom e do melhor,
Reservado a nós – O pior.
Enquanto, vivemos à míngua,
Recebendo migalhas –
Em nossa triste falha.
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