Apartheid invisível

Desfaz-se toda imparcialidade –

Quando existem interesses próprios,

Fugindo na contramão do desespero.

Esmerando-se na arte do ter –

De possuir o desejado prazer.

Revelam as circunstâncias,

A verdadeira face –

No descompasso do entretenimento.

A ganância e o poder,

Dando o seu aval.

Não importa o ensejo,

Fomentando o egoísmo –

O mal.

Sobrevivemos –

Em uma esquisita utopia.

Mundo ilusório,

Repleto de contradições –

Munidos de classes sociais,

A separação.

Um tal de status –

O “apartheid” invisível.

Por maior que seja o crime,

A banalidade –

Como cúmplice,

Do governo que rege a exclusão.

Triste sina da maioria,

Viver neste lugar –

De uma gente sem noção,

Do bom senso e setor crítico.

Onde pessoas de bem,

São marginalizadas –

De acordo com o código,

De endereço postal.

Na periferia,

Sobrevivendo de restos,

Dispostos pela burguesia.

Que se intitulam:

Autossuficiente.

Sem o menor índice de escrúpulo,

Onde neste Estado,

Somente o direito de pagar deveres.

Este é o intuito – A grande missão,

Vivendo às custas da produção dos pobres.

Empanturrando-se do bom e do melhor,

Reservado a nós – O pior.

Enquanto, vivemos à míngua,

Recebendo migalhas –

Em nossa triste falha.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 28/05/2022
Código do texto: T7525518
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