Velhas questões
Ressoa a vibração –
Dentro do meu peito,
Às vezes, descompassada.
Esse é o preço,
Pelos longos anos de estrada.
Conta-se o que vivi,
E também aquilo que não.
É tudo tão linear –
E imperfeito,
Mesclando a contradição.
O olhar incerto –
Para a multidão.
O que esperar:
Da falta de sintonia.
A visão turva –
Na frente do espelho.
Acelera –
Por vezes, faz cessar.
Na incerteza do amanhã,
Em minhas sequelas cardíacas.
Ao amanhecer,
Outra chance.
A esperança –
De um novo recomeço,
Raiando – Reverberando –
Por meus poros.
Na transcendência,
Tornando o simples,
No mais significante.
A ousadia –
Que trago comigo,
Resplandece em meu ser.
Para quê desejar o muito,
Se posso ter o essencial?
A vida não é feita:
De momentos fúteis,
Em que nada se acrescenta.
Observando o mesmo espelho,
Posso enxergar além,
Ao que realmente –
Faça algum sentido.
Não a insensibilidade ao redor,
Com pouquíssima significância.
Os instantes,
Perdendo-se estão –
Feito quimera na ilusão.
Uma distopia desconcertante,
Resplandecendo –
Sem o menor brilho,
Durando finitos segundos.
É tudo tão ilusório,
Ao mesmo tempo contraditório.
Enquanto, lá fora,
Existe uma infinidade de galáxias –
A qual podemos desbravar.
Mas antes,
É necessário solucionar –
Velhas questões.
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