Velhas questões

Ressoa a vibração –

Dentro do meu peito,

Às vezes, descompassada.

Esse é o preço,

Pelos longos anos de estrada.

Conta-se o que vivi,

E também aquilo que não.

É tudo tão linear –

E imperfeito,

Mesclando a contradição.

O olhar incerto –

Para a multidão.

O que esperar:

Da falta de sintonia.

A visão turva –

Na frente do espelho.

Acelera –

Por vezes, faz cessar.

Na incerteza do amanhã,

Em minhas sequelas cardíacas.

Ao amanhecer,

Outra chance.

A esperança –

De um novo recomeço,

Raiando – Reverberando –

Por meus poros.

Na transcendência,

Tornando o simples,

No mais significante.

A ousadia –

Que trago comigo,

Resplandece em meu ser.

Para quê desejar o muito,

Se posso ter o essencial?

A vida não é feita:

De momentos fúteis,

Em que nada se acrescenta.

Observando o mesmo espelho,

Posso enxergar além,

Ao que realmente –

Faça algum sentido.

Não a insensibilidade ao redor,

Com pouquíssima significância.

Os instantes,

Perdendo-se estão –

Feito quimera na ilusão.

Uma distopia desconcertante,

Resplandecendo –

Sem o menor brilho,

Durando finitos segundos.

É tudo tão ilusório,

Ao mesmo tempo contraditório.

Enquanto, lá fora,

Existe uma infinidade de galáxias –

A qual podemos desbravar.

Mas antes,

É necessário solucionar –

Velhas questões.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 28/05/2022
Código do texto: T7525510
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