Gotas de chuva

 

 

 

 

A alma nunca irá conseguir dizer o que de fato com toda intensidade sente, não, nem na poesia, ao sair, as palavras vão perdendo a essência, deixando suspenso um desejo maior sem chão, como um incrível desencontro ... as estradas, e algumas estações onde por horas estacionei sem poder ficar, fui seguindo sem rumo sobre os ponteiros do tempo, quando inquieta, voando em minhas próprias asas, no infinito da desilusão, à esmo sem poder pousar, enxergando um mundo semiaberto de um destino que não quis me encontrar ...

 

Um semblante marcante contemplei, do jeito que tinha que ser, levou meus sonhos todos para si, tentei me fazer ouvir, quase digo o quanto que amo, sem conseguir, algo mais forte que a vontade fez calar, agora os meus pensamentos sempre fogem loucamente para encontrar aquele olhar que traz felicidade e ao mesmo tempo suave paz e melancolia.

 

Às vezes pensamentos levados pelos ventos, outras, é aquele semblante de amor e meiguice que leva a minha alma inteira, na intenção de sempre amar. Porque o amor desarma angústias, retira da boca o amargor, devolve o sorriso, faz tudo acontecer fora e dentro, espalha uma esperança, desses sonhos realizáveis, que faz despertar a vontade de esperar amanhecer contando as gotas de chuva deixadas na vidraça, abrir a janela e sentir o cheiro que vem lá do lago, e por ele, vida à fora, continuar a sonhar.

 

E sempre voltar à dormir, com você na alma e no coração... enquanto o tempo passa, amar sabendo que a alma não diz o tanto que sente, até tenta, mas não consegue expressar, vai ao amanhecer contar as marcas das gotas de chuva que você deixou, para que eu não venha esquecer, que amo, e que o papel da minha alma é ir sempre ao encontro de você.

 

 

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 27/05/2022
Reeditado em 13/09/2022
Código do texto: T7525315
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