Apócrifos de Mim...
Certo, que não bastará só parecer ser...
Fazendo-se o costumeiro, o pedido e o habitual
... o absoluto, perfazendo apenas o casual
Devo sim, é ser verdadeiro, sem afãs
Que não sejam mentiras, no máximo, devaneios...
E se necessário repensar, repensar, reproduzindo-os
Pra não se render ao fatídico, amargo e rotineiro...
Inovando, pra fugir da mesmice e do trivial
...à dogmas estéreis e de tantas doutrinas, vãs!
Se tanto falo da beleza e do perfume das flores
Mesmo, sem cultivar e ver florir, um jardim
Mesmo, sem plantar um ramo de mato, sequer
E se falo de apegos afeitos, afetos e ternos amores
Sem mesmo, um dia ter sido de fato, amado e desejado
Sem ter o prazer sublime, do amor de uma mulher
Na minha reconhecida languidez e na minha emoção
Sinto-os de coração, tudo isso abrolhando em mim!
Se enlevo a natureza, seus pássaros e borboletas
Mesmo jazendo numa selva, selvagem e de pedras
Mesmo sem sentir carícias, nas mãos e nos pés...
Pelo frescor serenado, nas constantes madrugadas
Ainda assim, falarei dos encantos que não vivi
De todas as maravilhas naturais, de ouvir
De todos os sonhos e quimeras lidos, que sonhei
De toda forma de amar e de ser amado, que imaginei
Porque, hei de ser, continuar a viver, pós morrer...
Sendo e perfazendo de meus textos, "Apócrifos de Mim"!