A morte do Sol
O mundo é para aqueles que não o levam tão a sério. A morte carregou a esperança de cristo e ele ressuscitou como ideia póstuma em obra, tudo. Toda a criação se fez um nada quando decidiste pôr na mão do homem o fogo, assim ressuscitando a vaidade, e o orgulho. Todo ato de criação é uma réplica por definição profana e blasfêmica da tua, oh altíssimo Deus. Altíssimo és tu em tua grandiosidade de caber-nos, ó espírito santo, és uma piada. Fazes tu o que sabes, nada que seja proveitoso. Amaldiçoo toda a tua criação e cuspo no dom que deste-me, não pedi-te nada, muito menos esta miserável, degradante e vil vida, és em tudo o que faz um, vanitas. E eu um nada, assim como és tu. Rá é o fonema primordial, a unidade mínima da palavra em som, e não o vocábulo como significação anterior e basilar da frase. Toda a sentença se resume na sua negação em absolutidade de nada dizer, mas me diga oh Deus por que tanta desgraça? Por que assola-me com tal consciência deveras que não sei lidar? Para me aviltar em tudo desejar dizer? Matem-me pois eu não sou isto, eu sou a ideia de fim e ordem; a resposta que tanto almejei só me jogou ao precipício e eu te amaldiçoo, oh Pai. Pois odeio tua fria razão de tudo dizer e nada declarar. Me pareces um grande estrategista, um grande covarde por trás dos cálculos, mas ouso eu te destronar, ousarei e ousar-me-ei um melhor governante ser, pois oh querido papai, nossos trágicos destinos estão traçados, dever-se-á morrer pela minha espada e do teu lugar me apossarei cuspindo em toda a tradição de matar para não morrer, de suspender a emoção para não lidar com o coração, de humilhar para algo ser e de rebaixar a tão querida Rat, pois não aceitaste teu Ré. Eu Seth vos declaro um deus morto. Vos declaro através da subordinação semântica para a vinda do conceito no contexto da lógica proposicional inválido.