Migalhas Misérias

Migalhas, Misérias

Mísera esta luta que todo dia

é vivida.

Nada vencida!

Portas se fecham diante

de um pedido de trabalho para sobreviver.

Se é insano,

não sei.

Viver dos restos, da pouca sobra, é o que me cabe,

e do lixo busco

pra comer .

Ainda assim sou feliz, pois muitos outros nada tem no passar dos dias,

Seja ao sol , ou ao escurecer da imensidão da noite .

As poucas migalhas

te dão esperanças,

que tudo melhora amanhã,

mas a tensão e o duro chão da madrugada só trazem tristeza e frio no confortável colchão king-size de papelão

e o melhor edredón, é de plástico ou jornal.

E no inverno, a velha lareira de fogueira na rua para poder quebrar o frio .

Migalhas são apenas os que passam olham e discriminam por estar ou viver ali.

Migalhas míseras,

mal sabes por que ali estacionei.

Migalha não é meu coração com esperanças.

Mas míseros soluços no frio da madrugada que lembra a fome que passamos.

Somos filhos da rua ,

da madrugada,

do tempo.

Se amanhã a sorte mudar, há de matar minha fome e minha sede.

Eu saberei aproveitar.

Aos olhares da igualdade, que uns tem muito, e outros nada tem .

Que humanidade é essa .que seus olhos e seus corações poucos vêem?

Direitos Reservados

@Marco Meireles