Condição atroz

É surpreendente –

A capacidade de algumas pessoas,

De serem tão volúveis.

Adaptando-se ao ambiente,

Sugando as energias –

Em prol de benefício próprio.

Criando contendas,

Em um teatro egocêntrico –

E minimalista.

Ignoram a inteligência alheia,

Pensando que estão passando batido –

Na iminência de serem desmascarados.

O livre arbítrio jogado fora,

Sem o conhecimento –

Ou menor menção de seus atos.

Nem tudo que é percebido,

Deve ser verbalizado.

De um modo ou de outro,

Precisamos nos proteger.

O silêncio também é uma arma,

As palavras devem ser usadas –

No momento propício,

Pautada na argumentação.

A cada dia que se passa,

Princípios são perdidos –

Levados com o tempo,

Diante da difamação –

Tornam-se imperceptíveis.

A falta de caráter dando as caras,

Marcando as cartas –

No jogo perigoso,

Perdido para o poder.

Era do pessimismo,

Da falta de incompetência.

A ignorância –

Comandando a alta cúpula.

E permanecemos:

De pés e mãos atadas,

Bocas fechadas –

Amordaçadas,

Sem saber o que dizer.

No protesto silencioso,

A fome como um soco no estômago.

Condição atroz –

Da qual tanto desejamos.

- Que país é este,

Que não enxerga os seus semelhantes?

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 22/05/2022
Código do texto: T7521276
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