Condição atroz
É surpreendente –
A capacidade de algumas pessoas,
De serem tão volúveis.
Adaptando-se ao ambiente,
Sugando as energias –
Em prol de benefício próprio.
Criando contendas,
Em um teatro egocêntrico –
E minimalista.
Ignoram a inteligência alheia,
Pensando que estão passando batido –
Na iminência de serem desmascarados.
O livre arbítrio jogado fora,
Sem o conhecimento –
Ou menor menção de seus atos.
Nem tudo que é percebido,
Deve ser verbalizado.
De um modo ou de outro,
Precisamos nos proteger.
O silêncio também é uma arma,
As palavras devem ser usadas –
No momento propício,
Pautada na argumentação.
A cada dia que se passa,
Princípios são perdidos –
Levados com o tempo,
Diante da difamação –
Tornam-se imperceptíveis.
A falta de caráter dando as caras,
Marcando as cartas –
No jogo perigoso,
Perdido para o poder.
Era do pessimismo,
Da falta de incompetência.
A ignorância –
Comandando a alta cúpula.
E permanecemos:
De pés e mãos atadas,
Bocas fechadas –
Amordaçadas,
Sem saber o que dizer.
No protesto silencioso,
A fome como um soco no estômago.
Condição atroz –
Da qual tanto desejamos.
- Que país é este,
Que não enxerga os seus semelhantes?
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