Tua pele é letra, teu corpo, poesia…
Sempre fui assim:
eu olho e permito-me atrair;
eu guardo e procuro me aproximar;
eu conheço e decido se vale a pena me apaixonar.
Muitas vezes, a gente entra numa livraria e não leva o determinado livro da capa que impressiona, do prefácio que gera interesse…
Mas o cheiro das páginas e o desejo de abrir e folhear permanece na memória.
Não, não estou associando pessoas a objetos, mas sim a perspectiva representada.
A melhor parte dos relacionamentos e, também, dos não-relacionamentos é, exatamente, esta visita à livraria dos desejos, das intenções idealizadas, do imaginar das emoções e ações que ainda não foram consumadas.
E, por falar nisso, há sempre algum livro em que anseio, imensamente, mergulhar, destrinchar página por página e saborear cada linha nestas mesmas entrelinhas que escrevo, agora.
Sempre existe alguém que é o livro pretendido de outro alguém. E, sem reticências, eu posso afirmar: quando o livro me interessa de verdade, me torno a mais exímia das leitoras.