O Poder

- Onde está seu poder que outrora muito tivera?

- Dei-o para uma flor que não conseguia desabrochar na primavera.

- Por que não destes para mim?

- Porque poderia com a primavera dar um fim.

- Por que não deu paras as nuvens para que pudessem chover?

- Chover sob qual lugar? Para irrigar qual terra que nada faz crescer?

- És um tolo, se não sabe ter poder, dê a quem sabe.

- E quem o sabe? É melhor tirar deles antes que o mundo acabe.

- Eu sei. Já tive um dia e muito o aproveitei.

- Falaste bem! Já o teve. Por que perdeu? Diga-me, pois não sei.

- Abusei. Mas foi nada demais. Só queria ter a força de um trovão.

- Tolo és tu. O poder é para o bem de todos, não o seu. És um bufão.

- Chega! Dessa conversa. Mas e a flor conseguiu desabrochar?

- Sim, e foi a mais vistosa, pudera eu ser um beija-flor para nela beijar.

- E as outras flores não sentiram inveja?

- Algumas sim. Aquelas que eram mais belas.

- Isso era esperado. Temos que partir para o sul.

- Voemos então nesse infinito azul.

25/11/07

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 25/11/2007
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