Carta anonima
Vi você outro dia pela janela do ônibus, seus cabelos ainda são da mesma cor daqueles tempos. Seu sorriso é o mesmo, seu olhar para mim foi o mesmo. Nunca achei que entrasse no hall das pessoas com “vidinha mais ou menos” não de forma pejorativa, mas o mais ou menos, é no sentido de não realizar seus sonhos, eram muitos eu me lembro.
Me lembro do seu cheiro, do som da sua voz, da música que você gostava e da canção que me fazia lembrar de ti..
Quando te vi rapidamente pensei “Aquilo realmente aconteceu? Eu estava lá? Foi real?” Ainda não tenho essas respostas. Anos depois ainda tenho a sensação que um dia vamos nos reencontrar. Mas, quando lembro que hoje tu cria galinha eu penso que seria frustrante, não é mais a mesma, cheia de sonhos, com sede de conhecimento. Mas a sensação no interior do coração insiste, é como subir uma escada sem folego sem saber se vai chegar até o final. Tudo acaba, aquele ano, aquele, mês, você e eu e esse poema.