De qual lado

Silenciosamente –

Vagando pelo deserto.

A alma –

Em devaneios.

Seja lá qual for,

O entremeio –

Em meio a dor.

E o desacerto –

No deleite,

Espalhando o mal.

No desconcerto,

Espelhando o caos.

Províncias da dureza,

Questionando-se –

Não mais a realeza.

Deveras visceral,

Humanidade cruel –

Obra da natureza?

Resquícios de caráter,

Insano – Vinculado.

O mundo girando,

Ao sabor –

Do próprio eixo.

Humanidade sem nexo,

Preparando o golpe.

A galope,

No contrassenso da invasão.

Por interesse,

O patriotismo.

A função –

Fugindo do realismo.

Na mente –

O pessimismo.

À nossa frente –

O negativismo.

Aos pobres rotulados –

O vitimismo.

Na disputa pelo poder,

Os deveres –

Nenhum prazer.

Para quê relaxar?

É necessário demonstrar:

A ostentação.

Ao apelo consumidor:

Nenhuma emoção.

Se não fazer parte do jogo,

Corremos perigo.

Tachados como preguiçosos,

Do futuro incerto –

Alguma esperança?

No cerne temerosos,

Duas escolhas:

Tomamos partidos,

Ou estaremos excluídos.

Na idolatria alheia,

Todos perdidos.

A transição do mito,

Caindo por terra.

Iminente guerra,

Na incompetência dos demais.

Espere um minutinho,

Crescentes divergências,

Sem pagar as indulgências –

Também os numerais.

Na mística estatística,

Que somente cresce.

Sem nenhuma premissa,

O salário do trabalhador.

Seja no culto ou na missa,

Resta o dízimo no cotidiano.

A luta diária, plena agonia,

No desastroso dessabor –

O de ter nascido,

Em completo labor.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 14/05/2022
Código do texto: T7516003
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