De qual lado
Silenciosamente –
Vagando pelo deserto.
A alma –
Em devaneios.
Seja lá qual for,
O entremeio –
Em meio a dor.
E o desacerto –
No deleite,
Espalhando o mal.
No desconcerto,
Espelhando o caos.
Províncias da dureza,
Questionando-se –
Não mais a realeza.
Deveras visceral,
Humanidade cruel –
Obra da natureza?
Resquícios de caráter,
Insano – Vinculado.
O mundo girando,
Ao sabor –
Do próprio eixo.
Humanidade sem nexo,
Preparando o golpe.
A galope,
No contrassenso da invasão.
Por interesse,
O patriotismo.
A função –
Fugindo do realismo.
Na mente –
O pessimismo.
À nossa frente –
O negativismo.
Aos pobres rotulados –
O vitimismo.
Na disputa pelo poder,
Os deveres –
Nenhum prazer.
Para quê relaxar?
É necessário demonstrar:
A ostentação.
Ao apelo consumidor:
Nenhuma emoção.
Se não fazer parte do jogo,
Corremos perigo.
Tachados como preguiçosos,
Do futuro incerto –
Alguma esperança?
No cerne temerosos,
Duas escolhas:
Tomamos partidos,
Ou estaremos excluídos.
Na idolatria alheia,
Todos perdidos.
A transição do mito,
Caindo por terra.
Iminente guerra,
Na incompetência dos demais.
Espere um minutinho,
Crescentes divergências,
Sem pagar as indulgências –
Também os numerais.
Na mística estatística,
Que somente cresce.
Sem nenhuma premissa,
O salário do trabalhador.
Seja no culto ou na missa,
Resta o dízimo no cotidiano.
A luta diária, plena agonia,
No desastroso dessabor –
O de ter nascido,
Em completo labor.
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