Mordiscar o frio
O mais incrível desta milha
é chegar no teu Porto.
Chegar desbandeirado como quem vem
fatigado de uma trilha.
Colher dos sulcos que a terra fez
teu azeite.
Beijar nas conchas que a pedra moldou
teus calores.
Migrar para um Novo Mundo
e estar contigo.
Sempre de mãos dadas.
E nos frios das montanhas reversas
a tua chama instiga oxigênio.
O orvalho derrama em
nossa face
estalactite.
As folhas de plátano carreadas
pelo caudaloso rio.
Depositam-se no
escorrer do teu ondulado cabelo.
Os ombros de frio tremem,
mas a alvissareira noite
muito aguça o tatear
dos ébrios sentidos.