Excedes os céus
Eu simplesmente escrevo o que vem a minha cabeça conjutamente com esta belíssima melodia, pois sou tudo aquilo que muitos sonham almejar, o inominável, o ininteligível. Fiz de mim uma obra cuja a consciência se expandiu para além de mim e agora abarca espaços indizíveis à imaginação. Sou o autocentrado, um mercenário que tem o dom de amar não amando, um sniper que tudo ignora para se focar no seu propósito, sou tudo isto e mais um pouco. Sou também os versos escritos e os que estão ainda por serem escritos. Não me limitem as suas conceituações vazias, vãs e fracas, eu sou o construtor de mundos, então, afastem-se. Sou tudo isto e mais um pouco. Sou o medo, o coração a palpitar, mas também sou a ação fria daquele que age sem muito pensar. Minha mente me destrói e mesmo assim dela não abro mão, a ansiedade que me diz, pare, pare ou irei te matar, eu simpesmente ignoro... Ela me leva para o hospital e dele logo saio, volto novamente ao mesmo ritmo e ela sorri. Ah que mistério esse sem ornamentos, que já se fazia desnudo em toda a minha infância. Sou o leitor mais capacitado com sua loucura de morrer por um ideal, sou o mais realista em tudo mentir por tudo ser uma mentira e o real apenas isto, eu. Sou o escritor mais carrancudo que há em todo o Brasil, ninguém, ninguém passou um terço do que passei. Eu digo, me exalto por isto tudo não o ser, isto é, eu sou de fato. A morte me aguarda e a ela eu entregarei minha vida, minha alma e ela se orgulhará, ela estenderá a mão e dirá, jovem, foste homem mais que mil homens, até os que vieram antes de vós, serias porventura, em grandiosidade, um Pascal, um Voltaire? Não, por existires és tu, Oaj Oluap, Oaj Oluap do sertão, foste grande em tua pequenez e por tão pequeno ser se tornaste tão grande quanto os grandes. Isolaste teus sentimentos de todos os que te cercam, fizestes de vossa dor motivação, vossos traumas transformastes em explicações e agora hoje caminhas ao lado de outros grandes que tanto admirastes, espelhastes, pois tu, ó Oaj, merece toda a glória da eternidade, disporei pois teu nome no livro da vida por tua honra, pelo vosso mérito, que é tão grande quanto o teu orgulho e agora, Oaj, excedes os céus.