Insignificante poeira cósmica
Rabiscos –
Rascunhos –
São o que me compõe,
Em cada letra desenhada.
Um pouco da essência,
Equalizando-me.
Em cada sílaba –
Palavra –
Conjunto de frases,
Redesenhando-me,
Em cada fase.
Na forma abstrata do ser,
Equivale o prazer.
Sou assim:
Esta pessoa bipolar.
Desejando ganhar o mundo,
Enfurnada dentro de mim.
Mas confesso:
Em meu delírio,
O existente êxtase –
Em total profusão.
Persistindo em mar aberto,
Virando tormenta –
Transloucada tempestade.
Na transformação terrena,
Na transmutação do cerne –
Na transcendência humana.
Tudo é tão perspicaz,
Quanto absoluto.
No porto seguro,
Que me mantém sã.
Em uma mente enlouquecida,
Entre anseios –
E também vontades.
Alquimia –
Vertendo em ansiedade.
Espelhando-me aos ancestrais,
Na miscelânea, ao que apraz.
É tudo tão dissonante,
Nesta insana aventura.
Não procure compreender,
A minha loucura.
Sou um espaço mal preenchido,
Não tenho a certeza –
De que era para existir,
Nesta incógnita chamada vida.
O que faço aqui?
Simplesmente não sei.
A não ser:
Essa sensação de missão.
Desbravando no peito,
Embaralhando textos –
Escrevendo com pressa.
Será isso uma psicografia?
Só resta mais uma pequena dúvida:
Quem eu já fui?
Ou quem sabe algum dia serei?
Por enquanto,
Apenas um ponto de ebulição,
Nesta imensidão de galáxias –
Insignificante poeira cósmica.
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