Insignificante poeira cósmica

Rabiscos –

Rascunhos –

São o que me compõe,

Em cada letra desenhada.

Um pouco da essência,

Equalizando-me.

Em cada sílaba –

Palavra –

Conjunto de frases,

Redesenhando-me,

Em cada fase.

Na forma abstrata do ser,

Equivale o prazer.

Sou assim:

Esta pessoa bipolar.

Desejando ganhar o mundo,

Enfurnada dentro de mim.

Mas confesso:

Em meu delírio,

O existente êxtase –

Em total profusão.

Persistindo em mar aberto,

Virando tormenta –

Transloucada tempestade.

Na transformação terrena,

Na transmutação do cerne –

Na transcendência humana.

Tudo é tão perspicaz,

Quanto absoluto.

No porto seguro,

Que me mantém sã.

Em uma mente enlouquecida,

Entre anseios –

E também vontades.

Alquimia –

Vertendo em ansiedade.

Espelhando-me aos ancestrais,

Na miscelânea, ao que apraz.

É tudo tão dissonante,

Nesta insana aventura.

Não procure compreender,

A minha loucura.

Sou um espaço mal preenchido,

Não tenho a certeza –

De que era para existir,

Nesta incógnita chamada vida.

O que faço aqui?

Simplesmente não sei.

A não ser:

Essa sensação de missão.

Desbravando no peito,

Embaralhando textos –

Escrevendo com pressa.

Será isso uma psicografia?

Só resta mais uma pequena dúvida:

Quem eu já fui?

Ou quem sabe algum dia serei?

Por enquanto,

Apenas um ponto de ebulição,

Nesta imensidão de galáxias –

Insignificante poeira cósmica.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 10/05/2022
Código do texto: T7513086
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