Estridentes Bipes
Quando a máquina freou
a composição,
dei-me conta de estar do
lado errado do
terminal de embarque e,
rapidamente...
decidi embarcar mesmo
assim. Susto!
Os tantos lugares vagos
permitiram o
bom assento sem restar
disputar lugar.
Havia algo mágico neste
solitário vagão;
"talvez, pensei!" conheça
o maquinista...
aquele mesmo senhor de
barbas brancas
que desejou-me uma boa
vida, quando do
embarque certo da outra
vez. Agora errei?
Creio não... pois percebi
com sorriso largo
aquele conhecido senhor,
dizendo para mim
que restavam bons anos,
para enfim morrer.
Desembarquei do sono...
tão logo, o relógio,
tocou... estridentes bipes.
Sobre o processo de inspiração e criação:
- este texto foi escrito numa sexta- feira,
(06/05/22), aproximadamente á 1:00 h
da madrugada, no estacionamento do
do Hospital de Área de Porto Alegre,
enquanto uma vida lutava por um
embarcar... numa hora errada...