CALABOUÇO E ASAS
Grato por gastardes o tempo com meus escritos. Na verdade, sempre desejo o raio reflexo. O poema sempre é um espelho. A palavra é tudo, calabouço e asas.
Na cela escura onde ficam presas as feras – corpo e esqueleto – maturam-se os desejos. Para estas asas simples – alados braços nadando na piscina azul – sobram luas e estrelas, na escuridão da masmorra. Duplos e diferentes espaços de liberdade porque para o espírito não há continente que o segure. Nós sempre somos conteúdos. Mesmo após a morte.
Dai guarida para o gorjeio dos anjos e suas harpas de prata!
– Do livro EU MENINO GRANDE, 2008.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/750569