Senhor do Tempo!
Muito antes do suscitar, preceder meu existir
Bem antes do meu “ser” pensar
Em pensar ser, novo SER
Antes até do prenunciar, de um novo amanhecer
Tu já vinhas num trem, ligeiro, decidido e a todo vapor!
Quando eu somente hospedeiro, disforme incerto
Quando somente em espírito, pelo limbo pairava
Quando tão somente um sopro de brisa, soprava
Tu já eras, incansável e impávido passageiro!
Depois que rebentado como broto em vida
Depois de há muito ser, merecido, prometido e planejado
Depois mesmo que fui virando, tornando-me pó do passado
Tu, incansavelmente seguia, sem esmorecer, sem cessar...sem voltar!
Pois fui eu ter contigo, nos momentos idos
Pois precisava te rever, mais...só mais, um pouquinho
Pois na esperança, quem sabe, uns míseros minutinhos
Te procurei...te procurei e procurei...
Mas tu...tu já não estavas mais lá!
Então fui me queixar com a rosa, a senhora de todos os ventos
Então Deus no Seu Supremo Poder,
Mostrou-me tua força, gana, persistência e sina
Então por desprendimento e arrependimento meu,
Te vi veloz, sem olhar para trás, dobrar esquinas
Aí pude enfim perceber que era eu um nada,
Injusto, inábil e incapaz
E tu, o Senhor Implacável dos TEMPOS!