Retalhos
Entrei no meu ateliê de arte (vida)
e lá encontrei, entre os materiais,
diferentes tipos de recortes...
Coloridos e em tons de cinza
eles me diziam das lembranças
que eu tivera: a maioria boas,
outras sem importâncias e,
uma pequena parte delas, ruins.
Ao ver, logo decidi fazer uma peça,
e montei cada mosaico da arte,
com os retalhos das recordações.
Procurei nas linhas do tempo e,
com a agulha dos sentimentos,
comecei a costurar as emoções.
Primeiro, pensei tecer uma colcha,
pois ela me aqueceria do frio
nos invernos das minhas saudades.
Contudo, de imediato repensei:
vou tecer uma bonita canga
para forrar as areias das praias
onde estarei nos verões (futuros).
Por fim, resolvi fazer um casaco
para me vestir de sonhos (novos),
manter (presente) as memórias
(re)lembrando na arte (vivida)
as conquistas e as decepções,
as alegrias, as dores e as tristezas,
(re)aprendendo a fazer melhor
o que dá sentido ao meu SER.
Iêda Chaves Freitas
27.04.2022
MInha gratodão por mais essa bela interação do poeta Jacó Filho.
MOSAICOS DE MIM
Despertou-me o mágico canto dos pássaros,
Levando-me em transe pra minha juventude,
A ver em sonhos, quão clara são as finitudes,
Com grande lucidez, vindos em fleches raros...
Paguei por dignidades, que chegam no vento.
Apagando memórias, por conter discordância,
Sobras que das dores, relembram da infância
A luz que foi meu guia mas a perdi no tempo.
Quando me via ao Sol a cada vez que se pôs;
Vinham gotas d'ouro minhas rugas umedecer;
Pra ver se no tempo, com dons pra interceder,
Manter-me-ia jovem, tal em mente, recompôs...
Quase negando Deus, quis pra Vida, Renascer,
Gestado em versos, mosaicos, dum Nobre Ser...
(Jacó Filho)