Inspiração, quem tu és?
Tenho muita sede...
...sede de algo...
De algo, que nem sei...
Seria de um líquido doce, talvez?
Ou seria um fluído salgado?
...agridoce ou somente amargo,
Vontade de algo...
Que sinceramente...
Definitivamente, não sei...
De repente esse estranho querer...
Que parecia ser, o de beber...
...essa vontade absurda e voraz
Se esvai como única gota de chuva passageira,
Caída em chapa quente.
Essa sede, vai se transfigurando
Virando uma fome, enorme
E sem exageros, transcendente!
Que vai me dominando, corroendo, na alma!
Cutuca o estômago, por dentro sem machucar, assim eu espero!
Apertando o coração e sufocando-o, de uma tal maneira,
Que quase já nem dá, pra respirar.
Não sei o que isso é, e estou sendo sincero!
Afinal, se não é sede e nem é fome, o quê isso é?
Aí...
Eu que nesse momento,
...nessas alturas,
Já estou muito triste, intranquilo e angustiado!
Completamente sem chão, aflito e destroçado!
E como uma criança, arredia, mas ainda inocente;
Sem ter mais no que cismar e me apegar
Pega então em uma gaveta, uma caneta azul
...velha...mordida, e que nunca se acaba!
Um caderno, também velhinho, nunca esquecido;
“Estropiadinho” nas bordas, amarrotado e interminável!
Indo para um cantinho da sala, da cozinha ou do quarto
A sair a rascunhar...borrar e rascunhar, sem parar mais
Feito um moleque, que acabou de ganhar um presente
O maior e melhor, presente de Deus!
E de fato foi isso mesmo que ganhei...
...mais uma chance de desenhar, mais um poema meu!