NO REVÉS DA ESPERANÇA
O encantamento da minha oblação escorreu sobre os escombros da minha ilusão. Abriu-se um arco-íris no céu, mas não vivo para cantar as delícias e perdimentos da guerra. Não nasci com saga homérica. Logo eu, o príncipe dos poetas, confesso a minha inaptidão para falar de amor. Afago o inefável como quem enrijece as mãos para rezar diante da mó. E vou cantando os monossílabos até fazer da mó a primícia da morte. Sou cheio de prelúdios, desde que partira a razão da inexistência dos meus versos. Poeta bom, é poeta triste. Que sabe rezar. Você é o meu deus e narciso é apenas uma flor que não serve mais que as papoulas. Rezo para que o sonho encontre a perfeita rima que existe no riso do meu olhar quando vejo você no revés da minha esperança.