Sentado na varanda
De poesias a tarde se deixa ir para os braços escuros da noite.
O frio, silenciosamente já se aninha nas beiras dos brejos e dos caminhos. Parece que de desejos o luar se despe e se posta na boca da noite, deixando suas lingeries rendadas de brilho caírem sobre os campos. Estradas emudecidas contam de viagens que a vida sonha.
E a saudade de vez em quando é pé de vento, que varre as pradarias do presente e espalha pedaços de emoções, tais quais folhas secas jogadas pelo chão.
Pego versos nos canteiros de poesias que eu mesmo semeio, e de segredos rego sentires. A noite é prosa nos contos da vida. Sempre penduro esperanças no meu quarto, quando vou dormir, para
que a manhã me surpreenda com novas formas de sorrir.
E a gratidão é como facho de vagalume que se acende a todo o momento, entrecortando a escuridão, contando de felicidade e grandeza, mesmo na pequenez da simplicidade.
A noite é mistério que não vou desvendar. “É um caso sério que não vou resolver”.
De silêncios invento inspirações que vão dar nas estrelas mais luzentes do universo de um certo olhar.