A Fênix
A Fênix
Em certos momentos, me pego a pensar
...que melhor seria não ser feita de sonhos
Que seria mais manso, suave
não sentir, não chorar...
Mas eu sinto tanto,
Tudo em mim é dantesco
faraônico, abissal
Vivo serpemteando, tentando desviar
de tudo que toma de surpresa, os sentimentos, as dores...é tão tudo, tão mais, que por milhares de vezes
não há espaço pra tanto sentir
E eu vou tentando amenizar essa imensidão de sensações que entram em colapso dentro de mim
Parece que vou sucumbir
vem à tona toda a dor de sentir
... que não cabe mais dentro de mim
Sinto o peito se rasgar,
... sinto-me definhar, exaurir!
É como correr, correr e nunca chegar,
e tudo isso é apenas a imensidão,
querendo transbordar, pois só eu vejo, só eu sinto, por fora a calmaria me habita, por dentro a tempestade que se forma, sem proporções, sem contenções
... e vou me arrastando, querendo endurecer a cerviz, querendo ser rocha, por fora até pode ser...
Mas por dentro sou pétalas de rosas, esmagadas, e ainda assim exalando o intenso perfume das emoções
que me definem, delineiam meu coração.
É tanto sentir, que parece que vou desistir,
... e eu explodo em mil pedaços, e aos poucos eu retorno, e me refaço,
consumida em chamas, reduzida à cinzas, desapareço, e ressurjo em novas nuances, habitando em outros espaços.
Andreia O.Marques
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