Ao olhar da perspectiva

Corpos –

Tombados ao chão.

Mais um –

Menos outro.

Quantos mais?

Pessoas de bem –

Marginalizadas.

Almas vagando pela Terra,

Sem destino –

E nem direito ao umbral.

O que serão de seus espíritos?

Seres desprezíveis –

Sem a extrema unção,

Pagando os pecados –

Disserto a abnegação.

Aqui –

Qual foi a função?

Promovendo o caos e a desordem,

Em nome de um Deus cristão.

Pelo progresso da ordem,

Mas por detrás das cortinas –

Encobrindo com a fumaça,

Acobertando os seus crimes.

Para onde caminharão?

A carne apodrecida ao chão,

Servirão como adubo,

Misturado ao exterco –

De infames consciências.

Atitudes –

Em estado de putrefação.

Colocando em risco,

Toda uma nação –

Países inteiros.

No desejo de desbravar,

Ou arrasar o derradeiro.

Um bando de estúpidos,

De marca maior.

Poucos são os privilegiados,

A maioria tratados,

Como pobres coitados.

A periferia:

Sem voz –

Nem vez!

Outra incursão –

Do Estado na favela.

Acinzentado a aquarela.

Quantas vidas se perderão?

Inocentes –

No meio do fogo cruzado.

Quem é que pensa:

Nas famílias –

Aos desavisados.

Circunstâncias perversas,

Não é a primeira –

Mas diversas.

Outro alguém alvejado,

Não importa quem é –

Quem são.

Mais um delinquente abatido,

Qual será a razão?

Do crime cometido,

Talvez nenhum –

Ou somente um:

Nasceu pobre –

Não prosperou –

Não paga os impostos –

Virou devedor.

É desse modo,

O prisma do governo.

Sai um –

Entra outro –

O que continua:

O massacre do povo.

Prosseguimos –

No modo hard.

Observados como sardinha em lata,

Talvez como gado na próxima eleição.

Quem sabe como boi de piranha,

Em mais um projeto –

Na oração:

Deus queira que dê certo!

Anos após anos,

Defendendo a Pátria –

Armada constituição.

Sem a mínima valorização da democracia,

Está ressurge –

Em um momento qualquer.

Corpos apinhados,

Jogados na mesma bala comum –

Da discriminação.

Quando morre alguém,

Julgado importante –

Homenagens e honrarias,

Ao favelado –

Apenas um número,

Não mais lembrado –

Na fria estatística.

Continuamos no espaço gélido,

Priorizando mudanças –

Não há o olhar de perspectivas.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 17/04/2022
Código do texto: T7496986
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