Olhando pro abismo.
E eu, que tanto fiz planos pra esse fim de tarde, me encontro aqui, tomando um vinho seco, secando o choro e abraçando a solidão desse meu quarto solitário e triste.
E se eu tivesse sido mais leve?...
Menos lúcida?...
Mais livre?…
As horas se arrastam, enquanto esmago meus sentimentos e sufoco as perguntas no meu pensamento.
Um tormento: essa minha estranha mania de querer preencher o silêncio…
Talvez eu devesse parar nesta taça…
Não, vou continuar.
Preciso escrever, esquecer…
Perdoar, entender...
Afinal, vale mesmo o beijo bom, da mesma boca que não conta as estrelas contigo?...
Algumas taças a mais e não haverá mais verdades absolutas.
Só uma a mais
e mais nada.