Perder tudo é estar de frente...

Tudo em mim é vão, como quadros sem cores e sem autor a quem atribuir; a minha autoria é não ter. Sou produto de um arranjo quase tão complexo como tudo, mesmo o tudo não sendo o mesmo que o todo, nem aquele deste e nem este desse. A não linearidade me possuiu, como mãos em movimento oscilatório por uma oscilação nada simples e nestes movimentos eu me vejo em queda livre ao movimentar os braços quase em pranto. Simbolismos inúteis mascarados por uma estética torta, como os versos de Alberto Caeiro, e o singelo tão belo quanto tudo. Ah ironia? Desprezo? Ou apenas o inexprimível de uma sinfonia sem nome, autor, data e críticos? Eu possuo cada átomo que possui-me e morro para tudo só para dizer que sou grande, como uma rebeldia por ter nascido com nome e em nome, no nome por supostamente ser tão certo a determinação. Construo cada cosmo complexo, no amplexo de Zeus; seu filho Hermes irá pôr em cada membro um instrumento que irá tocar cada sonatina existente, a iniciação do mago. E em máscaras desvirtuo o pretenso saber das falsas analíticas e me aproximo cada vez mais de ti com minhas brincadeiras. Sou como que pássaros que cantam dia após dia sem esperar o porquê. Só por estar, estou e nisto tudo acho-me e perco.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 14/04/2022
Código do texto: T7495211
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