O meu canto

[...] O que para vocês são cercas que os impedem de correr pelo mundo, para mim são provocações desastradas, que não se estendem a altura que segure minhas asas. Eu não corro, eu não tenho pressa, meus caminhos são de vento e onda, e o mesmo mistério que os carrega em força e suavidade molda as circunstâncias que dos meus pés se aproximam. Eu vou pela doce surpresa de acordar um ser diferente a cada dia...

[...] Hoje eu só canto os meus versos, e o eco é só a graça da inconstância, a leveza da vida que anda e não se arrasta. Hoje, todas as combinações são as minhas, as que faço em mim, as que são do mundo em mim, as que entrego ao mundo e ele me devolve, hoje as combinações são as graças de tudo que sou eu no mundo, de tudo que do mundo se faz em mim. Hoje os meus versos são só o meu canto, e no canto, sem espanto, vai meu canto como que encanto, cantando só os meus versos.