Minha Acreúna
Minha Acreúna - Marta Souza
(Olhar poético sobre minha cidade)
Sou suspeita, mas posso dizer
Que minha cidade é uma graça
Povo simples sem preconceito
Que ainda namoram na praça.
Pela manhã para o desjejum
O pão nosso de cada dia,
Não vem das industrias, mas
Da antiga padaria da esquina.
A feira é ponto de encontro
Para pôr a conversa em dia,
Comer pastel frito com garapa e
Comprar coisas que vem da roça.
O supermercado parece feira
Onde pessoas trocam ideias,
De casa saem depressa, mas
Contam causos, sem pressa.
Em época de milho verde, tem
Pamonhada pra todo lado
A festança começa na roça
Pegando milho “emprestado”.
A arrumada de porco em casa
Torna-se uma festa familiar,
Tem pele crua com limão
Torresmo e carne de lata.
Vida simples na minha cidade
Onde vizinhos repartem o pão,
Choram juntos na tristeza, mas
Também compartilham alegrias.
Vida assim nem precisa rimar
Basta apenas vivenciar e sentir
Curtir cada momento com prazer
E ao bom Deus agradecer.