Entre Nós

Mas eu fico, disse ela, não em conformidade, mas firme de aceitação. Fico entre nós, e sou entre nós, mas entre nós não me quebrem nos espaços, não façam seus pés entre os meus colocar, para que eu caia tão somente antes de dançar. Eu fico, mas não reinem sobre mim, sobre mim não me façam saber em ausência de si, ausência de nós. Eu fico, mas deixem que eu me ensine das coisas que sei e respire não os sonhos seus de mim, deixem-me do ar sentir uma falta que de angústia seja minha. Eu fico entre nós, mas caibam-me entre vós, saibam que somos nós, atados, apoio de laços, movimentos inteiros de ser um, de agregarmos. Eu fico, mas não me dissolvam como a um nó, que por entre nós fiquem os laços que nos cabem.

Mas eu fico, disse ela em conformidade com o que aceitara. Fico entre os nós que somos e os espaços que nos quebramos, faço dos nossos pés os meus a colocar para que dancemos antes de cairmos. Eu fico, mas não quero reinar sobre nós,

sobre mim não haverá ausência do que somos nós. Eu fico e deixo que me ensinem das coisas que sabemos, e respiro o que de nós são os sonhos, deixo que na falta do ar respiremos em conjunto. Eu fico entre nós, e faço que caibam em mim, sei de mim como nós, atada ao apoio de nossos laços, um ser que se movimenta inteiro a agregar-nos. Voltando-me aos nossos laços, eu fico e não me dissolvo entre nós.