Estado de opressão
Estado opressor –
Fomentando leis,
Incrementando a estupidez.
A população o desfavor,
Não mais a guilhotina.
A ordem é outra,
A desordem total.
Uma bala no peito,
Ou mais uma na cabeça.
Ao que nos reserva,
O pobre favelado.
Ser for preto,
O alvo no corpo.
Julgamento pela cor,
O conteúdo contradiz:
O que eles dizem – A capa.
Produzindo a gentrificação,
O governo sem coesão.
Fingindo-se de surdos,
As vozes da periferia –
Ecoando a dor.
Malfeitores –
Reproduzindo o sofrimento.
São sempre as mesmas notas,
Palavras decoradas –
No mal sentido replicadas.
Lançadas na mídia,
Sem nenhum teor de sentimento.
Os moradores –
O que nos resta é o estarrecimento.
Com tanta crueldade,
Emudecidos pela maldade.
Seres humanos,
Moldados na mesma forma.
Com pensamentos diversos,
Personalidades distintas.
O ato primitivo da diversidade,
Asfixiando-nos –
Cortando na carne,
Dilacerando a alma.
Qual será o futuro,
Neste mundo cruel e imundo?
Crianças presenciando crimes,
O trauma carregando no âmago.
O cerne arrasado,
Presente sem perspectiva.
Qual será a alternativa,
Para se desvencilhar de tantos gatilhos?
A vida em rota de colisão,
Saindo dos trilhos.
Incrédulos –
Como zumbis, andarilhos.
Sem a vez na trilha de oportunidades,
Uma sociedade sem o mínimo de empatia.
Espalhando o caos –
Disseminando a balbúrdia e a barbárie.
No vislumbre de um genocídio,
Escancarado, a olhos vistos –
A céu aberto.
Várias testemunhas,
Antes acobertando, camuflados na noite.
Em tempos atuais –
Ao raiar do sol, ou a pino,
Escondendo-se em desculpas desqualificadas.
Em que nada comunicam –
Ou respondem tal perversidade.
Apenas distorcem os fatos,
Na tentativa de ser a próxima vítima –
Fugindo da nefasta estatística.
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Blog Poesia Translúcida