LOGOS E SPIRITUS
No deserto, na cidade de convívio de outrora, a imaginação é única, companheira.
Dentre paredes das casas em ruínas, deixo o tempo passar.
Vejo a passagem da procissão a galope, e sigo sonhando.
Ajunto cartazes espalhados da escola, colo-os de volta nas paredes em sinal de teimosia.
Quando tudo parece um caos, sento-me num bloco de pedras, lembro quem sou.
Não deixo escapar o que ainda me resta: a beleza de ser "humanus".
Porque há silêncio que não é sinal de paz;
Como nem todo riso é sinal de alegria.
Como também, nem todo pulo é sinal de felicidade.
Assim como nem toda pressa, é sinal de compromisso.
Mas como a fulga que que é sinal de desespero.
Distraído, esqueço da animalesca ação dos homens maus.
Volto a pensar ao que em tudo deveríamos ser em: "spiritus".
Pois já não quero ser um animal feroz, sem motivo algum, exterminando pobres criaturas inocentes.
Carlos A. Barbosa.
In: Num sopro de inocência. Ano: 2022, Século XXI.