Momento(s)
Precipuamente, antes de dar origem aqui a mais uma de minhas ideias, ressalvo que essa prosa poética veio para me mostrar o quão prazeroso deve ser para qualquer escritor imerso no campo das ideias e quaisquer pensador nato de mente caótica (rs), fazer a aquisição de novas reflexões sobre aquilo que já vinha pensando durante muito tempo, digo até mesmo sobre pensamentos que já rodeavam a mente de um adolescente com uma bagagem muito pequena de experiência para conseguir sedimentar coisas tão profundas sobre a vida.
Pois bem, ontem mesmo eu me peguei pensando em algo que eu digo desde os primórdios da adolescência, e então o reapreciei e reanalisei com o intuito de aperfeiçoá-lo e esclarecê-lo a mim mesma, tendo em vista que seu sentido não se prende à literalidade que suas palavras aparentemente têm e que acho que inconscientemente por muito tempo ousei em acreditar que procedesse (rs). Enfim, como sempre uma boa idealista com gosto por filosofia platônica e eterna menina romantizada, mesmo que a partir dos 18 anos haja substituído majoritariamente a leitura dos romances por leituras jurídicas, e ainda assim às vezes se frustra um pouco pelo fato da realidade não ser tangível a como o amor e os sentimentos são nos filmes e romances ingleses, digo permanentes e marcantes, eu sempre disse que nunca desejei viver momento.
Mas que exagero, não? Sendo que são os momentos que se tornam vitalícios na memória existencial e afetiva a depender de seu conteúdo, que dão graça e marcam toda a nossa vida. Porém, eu compreendo aquela menina que fui e continuo sendo, pois está na essência, no mundo do ser. Não é que ela não quer viver momento por si só, e sim que ela não quer viver momentos transitórios, efêmeros e passageiros como o vento e que não agregam uma história que ela olha para trás e viveria de novo. Se for para viver momento, ela quer viver momentos cuja vivência se estenda no tempo e sejam duradouros, e se possível se repitam dezenas de anos e anos, ou que na pior das hipóteses ao menos permaneçam por muito tempo na memória e encontrem uma morada no coração, quando não possível na realidade. Não obstante, agora dá para julgar que ela quer viver momento(s), e não momento de forma isolada, e isso corresponde a coisas que só o lado "escritora" permite que eu diga em voz alta e desabafe para o meu eu.