Maturidade acolhida
Bendita serenidade,
essa que vem da maturidade.
E ainda há quem não a deseje.
Não sabe este
quão bom é o silêncio interno,
a quietude da alma.
Passar junto com os minutos da hora
sem se preocupar com nada!
A ausência do barulho, da algazarra, da pressa,
é tudo o que mais quero.
Essa quietude que nos faz ouvir
o bater do coração,
acompanhar o compasso
de nossa respiração,
contemplando o cair da tarde,
misturando-nos com o sol a se pôr,
iniciando seu recolhimento.
Sentindo o calor da caneca de café,
desfrutando do seu cheiro
este que nos leva a lembranças longínquas e saudosas.
Maturidade que nos acalma o espírito,
nos faz compreender tudo o que um dia
nos angustiou, tudo o que um dia nos afetou,
de tal maneira que nos roubava
a alegria e a esperança...
Maturidade,
seja bem vinda,
puxe a cadeira rosa,
tenha comigo um dedo de prosa!